Carta ao depressivo

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Preciso que pare para me escutar por alguns instantes, escute o que tenho a dizer. Talvez não faça nenhuma diferença, mas talvez revire a sua cabeça do avesso.

A maioria dos depressivos tem a mania inconsciente de sofrer em silêncio, de fingir que está tudo bem ou fazer aquele "drama" que você diz estar cansado de escutar. Ele não precisa de você dizendo que é frescura, já está em negação.

E a você caro depressivo, não está tudo bem, está em luto. Luto da sua alma que está se perdendo aos poucos, luta interna que está perdendo por falta de confiança.

O luto é composto por cinco fases: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. Você está em um ciclo infinito que não sai da negação. Sente culpa por estar assim, raiva do seu próprio corpo, parece que sua fé se perdeu. Colocou-se em piloto automático por indiferença.

Precisa aceitar ajuda ou ajudar-se se livrando de coisas tóxicas, precisa desabafar e desatar os nós que criou no mundo, que jogou nas suas costas. Não adianta dar conselho e não aplicar em sua própria vida, senão a hipocrisia que você tanto falou, acabará se tornando o seu próprio sorriso com tanto caos por trás, ou já se tornou.

E a você caro porquê, não é um jogo que provoca o suicídio, é a mente que está cansada de demonstrar sua intensidade e ser tratada com frieza. Claro que, não se deve ter um jogo para servir de gatilho para alguém que já está estremecido, deve-se ter incentivo à ajuda profissional, não se dizer que psicólogo é médico de louco!

Caro estremecido, sei que sua insegurança te trava, mas suicídio não é solução. Na verdade, seria como levar um pedaço despedaçado do coração dos que te amam, junto ao seu caixão.

Acredite em mim, há cor lá fora.  Essa tempestade passa, por mais que pareça interminável. Sei que, o que acabei de dizer parece uma porção de clichês, mas deixe que sua razão responda por você.

É necessário o agir da razão, o falar do coração e a reabilitação da sua alma. Permita-se resgatar cada caco do seu coração, cada porquê que te queria no chão, use da força que não imaginava ter.